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Foto do escritorLeyder Rodrigues Nunes

TR Taxa Referencial: o que é?


A Taxa Referencial ou TR é uma taxa básica de juros que serve de referência para o rendimento da poupança, do FGTS, sendo usada também no cálculo do financiamento imobiliário. Foi criada em 1991, em meio a um pacote de medidas econômicas chamado de Plano Collor II, no mandato do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Nessa época, o Brasil vivia um cenário de descontrole inflacionário que só veio a ser totalmente controlado com o Plano Real.


Quando foi lançada, a TR tinha dois objetivos: desindexar os preços e combater a hiperinflação. Hoje, a TR se configura como uma taxa de juros de referência, um indicador geral da economia brasileira. Sendo assim, a Taxa Referencial foi criada para exercer um papel bem semelhante ao que a Selic exerce hoje: de ser uma taxa referência para outros juros praticados no Brasil e para conter os avanços da inflação.


Hoje em dia, a taxa é usada para o cálculo de rendimentos da caderneta de poupança, do FGTS e de alguns títulos de capitalização. Ela também é considerada no cálculo das parcelas de financiamentos imobiliários. Quem define o valor da Taxa Referencial é o Banco Central (BACEN), a partir de pesquisa com os 30 maiores bancos do país, tendo como base a análise das taxas de juros dos CDBs (Certificado de Depósito Bancário), o que dá origem à Taxa Básica Financeira, a TBF.


Segundo o próprio BC, é o ponto de partida para a seguinte equação para chegar à TR: R = a + b x TBF. Neste caso, R é o redutor, “a” é valor fixo igual a 1,005 (definido pelo governo quando da criação da TR), “b” é um valor que depende da TBF e é de responsabilidade do BACEN, e, por fim, a TBF. Com o resultado, aplica-se o valor de R na seguinte fórmula: TR = 100 x [(1 + TBF) ÷ R) – 1]. E assim, se chega ao valor da Taxa Referencial que tem como zero como valor mínimo e nunca será negativo.


No entanto, é válido salientar que a TR está zerada desde setembro de 2017. Por convenção do Banco Central, quando o cálculo da TR dá um valor negativo, ela passa a ser considerada como zero. Com a Taxa Referencial zerada há anos, as principais consequências são a redução da rentabilidade do FGTS e da poupança.


Embora em desuso, a TR ainda serve como referência para alguns investimentos. Por isso, a melhor forma de proteger seu patrimônio é explorar investimentos que vão além da poupança e dos títulos de capitalização, optando por papéis igualmente seguros, mas que são atrelados a outros indicadores financeiros como CDBs, LCIs, LCAs, etc.



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