Os preços da soja fecharam o dia com perdas de mais de 30 pontos na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (19), levando o março a US$ 13,83 e o maio a US$ 13,81 por bushel. Apesar de agressivo, o recuo foi um movimento bastante normal e "muito técnico", depois das últimas e consecutivas altas que as cotações da oleaginosa vinham registrando na CBOT (Chicago Board of Trade).
Além de alguma melhora das chuvas em toda a América do Sul, principalmente na Argentina, as posições compradas recordes dos fundos investidores também deram mais espaço - ao lado das primeiras posições acima dos US$ 14,00 nos últimos dias - para este movimento de correções, ainda de acordo com o consultor, e com a possibilidade de novas correções mais a frente.
E isso poderia vir a acontecer com mais intensidade ao final do mês, quando é natural que as realizações de lucro sejam ainda mais frequentes, para garantir os balanços mensais diante de um macrocenário ainda confuso, mas bastante atrativo e favorável para as commodities agrícolas.
Antes que uma ação/preço ganhe alta no mercado, este faz um movimento contrário, que é considerado normal e um ponto de oportunidade para muitas pessoas. É o que tende a acontecer também com a soja, segundo o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira.
Embora o cenário para o mercado internacional e os preços em dólares tenham caído, a força dos prêmios será determinante para a continuidade e a garantia dos preços altos da oleaginosa brasileira.
Os prêmios também não têm espaço para quedas no Brasil diante da baixa oferta exportável que deverá se mostrar disponível ao mercado na medida em que a colheita for avançando no Brasil.
Já são quase 65% da nova safra comprometida com a exportação, o que deverá, como já aconteceu em 2020, alimentar uma disputa severa entre a indústria processadora nacional e as exportações do restante ainda a ser comercializado.
Portanto, os prêmios da soja estão subvalorizados temporariamente, para que impulsionem uma força de crescimento e voltem a subir em um futuro próximo.
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