A parcela de investidores estrangeiros nas ofertas de ações brasileiras tem diminuído com o tempo e caiu drasticamente quando analisamos o acumulado de janeiro a agosto deste ano. De acordo com a própria B3, em apresentação para a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), dos 55 bilhões de reais movimentados em ofertas em 2020, apenas 28% foram adquiridos por fundos internacionais.
Em 2013, essa fatia era de 44%, para os 23 bilhões de reais captados com vendas públicas de ações naquele ano. Os percentuais variam bastante de ano a ano, mas em períodos de forte atividade de mercado ficam, em geral, entre 40% e pouco acima de 50%.
Mas por que esse movimento tem acontecido?
Existem duas razões para isso: a redução do interesse pelo Brasil no mercado internacional (por uma combinação de motivos que vão desde câmbio, Amazônia e contas públicas) e, principalmente, um aumento da poupança interna e das aplicações destinadas à bolsa.
Como já falamos aqui, com a queda da taxa SELIC, os investimentos de renda fixa já não possuem tanto rendimento como antes, o que “forçou” as pessoas a darem a partida em investimentos de renda variável. Com conteúdo acessível, é possível aprender sobre a Bolsa de Valores de forma gratuita na Internet.
O número de contas de pessoas físicas em corretoras quase dobrou nos primeiros oito meses de 2020, em movimento histórico, superando 3 milhões. No total, os pequenos investidores incrementaram suas aplicações em bolsa realizadas diretamente em 53 bilhões de reais neste ano, até o fim de agosto — volume totalmente inédito.
Por essas razões, podemos dizer que a Bolsa de Valores está cada vez mais brasileira e que essa fatia deve aumentar muito nos próximos anos, já que mais pessoas estão tendo acesso a educação financeira e migrando para outros mercados além da poupança.
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