Reduzir a emissão de carbono é um dos desafios da pecuária brasileira. Neste cenário, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deu mais um passo importante em setembro de 2020, com o abate do primeiro lote de bovinos criados para a produção de carne com baixa emissão de carbono.
O Projeto Trijunção, parceria entre a entidade e a fazenda Trijunção, de Cocos (BA), começou no fim de 2017, sendo coordenado pela pesquisadora Flávia Santos, da Embrapa Milho e Sorgo.
Os cientistas trabalham para desenvolver práticas sustentáveis que permitam a intensificação da produção em solos arenosos, como é o caso de grande parte da área do projeto. Esses territórios são considerados a última fronteira agrícola do Brasil, mas muito vulneráveis à degradação.
No caso do gado de corte, está sendo validado o protocolo Carne Baixo Carbono (CBC), que valoriza sistemas pecuários sustentáveis, capazes de mitigar o metano emitido pelo rebanho durante seu ciclo produtivo, por meio da incorporação de carbono no solo. Sendo assim, a Carne de Baixo Carbono é um sistema de produção que neutraliza ou reduz a emissão de metano emitido pelos animais.
Como no Brasil a produção de carne é fortemente embasada em pastagens extensivas, a pesquisadora Márcia Silveira acredita que o Projeto Trijunção, por meio da condução dessa que é a Primeira Unidade de Referência Tecnológica em Carne Baixo Carbono da Embrapa, pode ser uma oportunidade para demonstrar a importância da recuperação e otimização das áreas de pastagens para produção animal de forma sustentável.
Os avanços com a certificação e bonificação serviriam também como incentivo para os pecuaristas adotarem o sistema. O Brasil tendo a maioria de seu rebanho criado em pastagens, pode ser líder mundial da produção de CBC, elevando a produtividade por área, aumentando lucratividade e mitigando impacto ao meio ambiente, assunto tão pertinente em dias atuais.
É o primeiro passo no caminho da eficiência produtiva que coloca na conta a qualidade do ambiente, que fica de legado para as próximas gerações. Segundo especialistas, esse é o único destino possível da pecuária.
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